Os jovens enxadristas mineiros, Fernanda dos S. Rodrigues e Arthur G. Chiari são destaque em matéria do globoesporte.com devido ao excelente resultados de campeões dos Jogos Escolares da Juventude que ocorreu em Belém do Pará, onde ambos, enxadristas mineiros se consagraram campeões... Acompanhe todos os detalhes abaixo:
Medalha de ouro nos Jogos Escolares da Juventude em Belém,
no Pará, estudantes de Minas Gerais incentivam a inserção do ensino da
modalidade nas escolas
Por Juliana Vicente Direto de Belém, Pará
Quem olha para os rostos concentrados dos estudantes nas
partidas de xadrez normalmente fica tentado a classificá-los como gênios.
Acostumados a escutarem esse tipo de comparação, Fernanda Rodrigues,
representante do SESI, e Arthur Chiari, do SEBRAE, ambos medalha de ouro por
Minas Gerais na edição de Belém dos Jogos Escolares da Juventude, fogem do
adjetivo e incentivam a ideia de que a modalidade pode ser praticada por
qualquer um.
- O xadrez é um esporte de certa forma elitizado, mas há uma
igualdade muito grande no tabuleiro. Não importa o seu peso, a sua altura, sua
cor ou renda financeira, e vejo que isso integra muito. O xadrez escolar
deveria crescer mais porque não tem só o benefício de unir as pessoas, ele
ajuda em cálculo, na probabilidade, e isso é muito útil na nossa vida. As
pessoas me falam que eu sou um gênio, mas isso não é verdade.
Fernanda se concentra antes da
partida de Xadrez nos Jogos Escolares da Juventude (Foto: Rodirgo Capelo)
A estudante mineira de 17 anos começou a se interessar pelo
esporte aos cinco e, ao ver um tabuleiro, pediu ao pai para aprender a jogar.
- Eu comecei com cinco anos, quando morava no interior de
Minas Gerais. Estava passando na frente de uma papelaria e eu vi um xadrez
daquele bonitos e eu perguntei para o meu pai o que era aquilo e pedi para ele
me ensinar a jogar e a partir dai eu não parei mais - contou Fernanda.
O mesmo aconteceu com Arthur Chiari, que começou a praticar
a modalidade um ano mais tarde que sua conterrânea.
- Eu vi um tabuleiro na casa do meu tio e comecei a me
interessar pelo jogo. Perguntei para o meu pai o que era, e ele me respondeu
que era um xadrez. Fui aprendendo com ele durante um tempo, e depois disso ele
me pôs em um lugar para treinar. Comecei a ganhar alguns torneios e a estudar
sério - disse Arthur.
Arthur se prepara antes de enfrentar
o adversário nos Jogos Escolares (Foto: Rodrigo Capelo)
Fernanda foi já foi campeã mineira, brasileira, conquistou o
sétimo lugar no Pan-Americano de 2010 e afirmou que, antes de um ter
patrocínio, era bancada pelos pais para poder participar das competições, que
geralmente acontecem em hotéis e têm um custo elevado. A atleta ainda apontou a
falta de apoio ao esporte.
- Se até nos esportes coletivos a dificuldade é grande para
conseguir patrocínio, você imagina no xadrez. Eu consegui um bom patrocínio que
está acabando esse ano, mas sou uma das poucas que têm esse privilégio. Todo
mundo vai do próprio bolso. Meu pais já pagaram muitas viagens e o ruim é que
as competições de xadrez acontecem sempre em hotéis. Não temos muito gasto com
material, que pode durar a vida toda, mas o custo pra ir nas viagens é muito grande
- afirmou Fernanda.
Mesmo sem muitos movimentos físicos, o xadrez pode levar o
atleta ao desgaste mental. A partida mais longa de Fernanda durou cinco horas.
Arthur foi um pouco além e enfrentou seu oponente por seis horas na disputa do
Pan-Americano de 2010, do qual saiu campeão, mas segundo os estudantes, a
necessidade de concentração por períodos longos ajuda no rendimento escolar.
- A facilidade que eu tenho para aprender na escola é muito
maior em relação a alguns dos meus colegas, justamente porque eu fui acostumada
a gravar coisas, memorizar e a entender o porquê das coisas - disse Fernanda.
Para o técnico Matheus André, de Minas Gerais, o que falta é
incentivo ao esporte no Brasil, já que a modalidade pode ser praticada por
qualquer pessoa.
- As pessoas acham que é elitizado porque os competidores
ficam em silêncio e muita gente acha que é de difícil acesso para todos. Eu
trabalho com crianças carentes em 12 escolas públicas e consigo ver resultado
através do meu trabalho. Todos eles têm muito talento, basta apenas incentivo.
GloboEsporte

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